4. Ela
Bella
Eu só queria esquecer o meu passado, era só isso que eu pensava. Quando voltei para New York e passei a morar com minha mãe novamente, foi estranho. Se quando eu havia indo embora para morar com meu pai, minha mãe mal ligava pra mim, mas se importava mesmo com seus diversos casamentos, agora parecia que não havia ninguém no mundo mais importante do que eu, no começo, eu ainda não tinha superado toda a história, às vezes ainda sinto um calafrio ao me lembrar dele, mas ela me confortava, o que era realmente estranho, mas com o passar do tempo, fomos, nos acostumando uma com a outra. Fiz algumas amizades, retomei algumas antigas, nunca tinha coragem de contar para ninguém o que tinha acontecido. Só desabafava com o meu psicólogo, coisa que minha mãe me obrigará a fazer duas vezes por semana após o episódio em Forks. No fundo acho que ela se culpava por ter me mandado passar um tempo na casa de meu pai.
Apesar de sentir saudades de Forks, ainda não tinha coragem de voltar, tentava matar um pouco das saudades mantendo contato com algumas pessoas de lá, principalmente Alice, que havia se tornado uma ótima amiga e Jake, meu quase namorado que se tornou um grande amigo também.
Jake e eu estávamos começando a nos conhecer na época que tudo aconteceu, depois que me mudei continuamos conversando, ele sempre protetor e amigo, veio por duas vezes me ver aqui, e sempre me cobrava pra ir vê-lo, mas ainda não tinha tido coragem pra isso.
Já Alice, era minha amiga no colegial, estávamos sempre juntas, apesar de na época ela ter quase uma fixação em tentar transformar o meu guarda roupa e meus hábitos alimentares, coisa que acabei mudando quando voltei a morar com a minha mãe.
Era o último dia de consulta com o meu psicólogo, Dr. Stevens, ele era um senhor muito simpático e me tratava desde que tinha voltado, há exatos oito anos, ele estava se aposentando e eu também, pelo menos era assim como eu pensava com relação ao tratamento, eu estava me aposentando do tratamento.
- Bella, menina, você sabe que tem que enfrentar os seus medos. – Ele me olhou com aqueles grandes e enrugados olhos azuis. – Tem que ir até lá, não pode deixar pesadelos tomarem conta da sua vida.
Olhei para as minhas mãos que seguravam a alça da minha bolsa, estava mordendo o meu lábio inferior, não sabia direito se o encarava ou se procurava outro ponto fixo para olhar. Estava claramente tensa.
- Pense nisso como sua última tarefa, vá até lá, reveja seu pai, seus amigos, passe um tempo lá, tente aproveitar isso e quando você menos esperar os pesadelos pararam e você nem se lembrará mais deles. – Ele se levantou se sua cadeira deu a volta na mesa e ficou na minha frente pegou minhas mãos – Olha, você já vem aqui a tempo demais, você está pronta, já enfrentou muitas coisas, mas precisa se libertar de suas últimas correntes e pra isso você tem que dar o ultimo passo.
Lágrimas começaram a cair. Apesar de tudo o que aconteceu, sempre tentei me manter positiva, tentando ao máximo não deixar nada me abater e até hoje eu tinha conseguido, com ajuda, mas estava conseguindo, tinha o emprego perfeito, viajava pra Europa sempre que podia, as vezes encontrava até um cara que fosse interessante, mas nunca passava mais que uma noite com eles. Era nessa hora que o medo tomava conta de mim. James, o único namorado que realmente tive, sempre ia embora antes de eu adormecer, por diversas noites eu o acordava e o mandava embora da minha casa. Não queria que ele escutasse meus gritos de madrugada, já era difícil de mais pra mim.
Escutar tudo aquilo e saber que ele estava certo, doeu muito mais, era verdade, eu tinha que tentar de uma vez por todas acabar com os meus medos, eu queria ter minha vida de volta, eu queria ter sonhos como todo mundo, e não somente pesadelos. Pedi demissão no dia seguinte, queria ter certeza que teria todo o tempo do mundo para isso, depois eu me preocuparia em arranjar outro emprego. Mandei uma mensagem para Alice e para Jacob, meu pai me ligou no mesmo dia, ele me ligava todos os dias, tínhamos uma relação ótima. Ele por sua vez ficou muito feliz de eu estar voltando para Forks, eu não duvidava em nada que a notícia iria se espalhar em questão de horas, mas ele logo me tranqüilizou.
- Não se preocupe querida, ele não está aqui e nem irá voltar. – Foi a ultima coisa que me disse antes de desligar.
Poucos dias depois já estava indo para Forks, minha mãe me deixou no aeroporto com muitas recomendações, coisas de mãe, meu coração parecia que iria pular do meu peito de tamanha a excitação que eu estava, tentei dormir, mas foi pior, nada me acalmava, mas somente quando pisei em Forks, foi quando vi meu pai, depois de tantos anos, ele ainda parecia o mesmo, porém só com os cabelos um pouco mais brancos.
Corri e o abracei, era realmente muito bom estar com ele novamente.
- Minha princesa, como você cresceu. – Meu pai me abraçou e me rodou no ar.
- Para com isso pai, já não sou mais criança! – Falei enquanto ele ainda me segurava nos braços.
-Claro, claro. – Ele me pôs no chão – Daqui a pouco você vai me dar netos, e eu ainda estou te tratando como criança.
Por um momento pensei no que ele me falou, ri internamente por ver que meu pai não sabia o quanto minha vida afetiva era complicada.
- Ai pai, primeiro eu tenho que me casar pra isso, você não acha?
- Essa é a minha garota! – Me deu mais um abraço e eu ri com o seu comentário.
Fomos para sua casa tinha chegado cedo ainda em Forks, não era nem oito horas da manhã, entrar no meu quarto foi certamente nostálgico, ver as fotos da época do colegial ainda colada na parede, os livros que eu costumava ler, meu velho e bom computador que agora mais parecia uma maquina vinda do passado, agradeci mentalmente a minha mãe por ter me lembrado de trazer o meu notebook, Ver tudo aquilo, me animou.
- Alice ligou ontem à noite. – Charlie estava parado na porta.
- E o que ela queria pai? – Perguntei sentando na minha cama.
- Perguntou que horas você iria chegar, falou que passaria aqui pela manhã pra vocês tomarem um café juntas. – Ele olhou no relógio. – Eu tenho que ir para delegacia, se incomoda de ficar sozinha?
- Claro que não pai, vá e não se incomode comigo. Vou terminar de arrumar minhas coisas, e Alice já deve estar chegando, ela falou que vai arranjar um emprego pra mim. – Eu falei o empurrando porta a fora. Ele se virou e me deu um longo abraço.
- Fico feliz que tenha voltado, seja lá qual for o motivo, eu estou muito feliz.
- Eu também pai, eu também.
Depois que ele foi embora comecei a arrumar minhas roupas, mas não me demorei muito logo uma campainha estridente tocava sem parar.
- Oi – Uma baixinha linda pulou em mim me abraçando forte.
- Oi Ali! – a imitei com seus pulinhos, realmente ela era muito divertida e eu sentia muita falta dela.
- OH MEU DEUS! O que fizeram com você? Você está linda! – Ela parou de pular como e falou pausadamente.
- Tá certo, vou tomar como um elogio. – eu falei sorrindo
- Garota você está gostosa!
- Ai Alice só você mesmo! Bom, então eu acho que você gostou do meu novo visual! –Falei e dei uma voltinha pra ela ver.
- Definitivamente! O que aconteceu. Você emagreceu, sei lá, uns 10 ou 15 kilos? – Ela falou e eu ri. – Ops, desculpa não quis ser grosseira.
- Tudo bem Ali, mas é muito difícil morar com a minha mãe e não se tornar isso que você está vendo.
- Tudo bem, mas eu quero sua mãe embrulhada de presente no Natal.
Dei risada, não tem como não se animar com uma pessoa que ilumina o ambiente como ela. Realmente eu estava diferente de quando ela me viu pela ultima vez, não da vez que ela me viu indo para o aeroporto, cheia de ataduras e com a perna quebrada em diversos lugares, mas sim, um pouco fora do peso e cheia de espinhas, a adolescência não tinha sido um paraíso pra mim, mas ainda sim eu tinha o meu charme, por assim dizer.
- Então vai me arranjar um emprego ou não? – Perguntei finalmente, com ela sentando na sala.
- Ah, claro, o emprego. Espero que você ainda goste de crianças, pois é pra ser babá da minha sobrinha.
- Perfeito. – Abri o sorriso – Não sabia que Emmet tinha tido filhos, não vi nada publicado nos jornais. – Emmet era o irmão mais velho de Alice, ele tinha sido um grande jogador de futebol americano na época de escola e foi descoberto pelos profissionais na faculdade. Até hoje ele jogava, eu conseguia acompanhar um pouco de sua carreira pelos jornais, sabia que ele havia se casado há poucos meses com uma modelo, mas não imaginei que já havia tido filhos. Eu o conheci um pouco antes de ir embora, ele tinha passado uns dias na casa de seus pais, era um cara muito divertido e apesar da grande diferença de idade, ele ficou o tempo todo conosco, mas isso eu realmente acho que era porque a maturidade dele estava mais para a nossa idade.
- Oh meu Deus, não! – Alice falou rindo – Não é filha de Emmet, é de Edward.
- Não me lembro de ter o conhecido.
- Na verdade, todo lado feminino de Seattle até, sei lá, o Canadá conhece o Edward, mas acho realmente que você não o conheceu, você nunca passava férias ou feriados conosco, sempre com sua mãe. – Ela falou fazendo um biquinho, típico de Alice fazendo birra.
- Ali, minha mãe sempre tinha um marido novo pra me apresentar, isso me impossibilitava para ficar e fazer o que eu quiser, ou até mesmo de dormir com o seu irmão que não conheço.
- Oh, Deus, você é realmente uma vadia! Desculpa, quis dizer uma nova iorquina! – ela falou entre risos. – Bem, ele voltou há alguns dias atrás, disse que quer que Vanessa cresça em um ambiente mais familiar, ele acha que ajudará ela a passar pelo luto se estiver mais perto de nós.
- Entendo, e quando, então irei conhecê-lo? – Perguntei já ansiosa
- Espera um pouco, vou ligar para ele. – ela falou pegando o celular na bolsa.
- Tá bom, enquanto isso, vou pegar um café, aceita? – Falei me dirigindo para a cozinha para dar mais liberdade a ela.
- Não obrigada! – Foi só o que escutei.
Fiquei divagando em tudo o que aconteceu nos últimos dias até então, achei estranho eu não ter me apavorado e ter tido a vontade louca de me enfiar no primeiro vôo até a minha casa, eu estava indo bem, eu estava indo muito bem.
A voz da Alice me tirou dos meus pensamentos – Bem, ele estará em casa à tarde, te dou uma carona até lá, só me diz uma coisa, você não vai com essa blusa não é? – Olhei pra baixo e vi do que ela estava falando.
- Ali claro que não, ele vai achar que você contratou uma prostituta pra cuidar dele e não uma babá para a filha dele. – Falei corando com minhas próprias palavras.
- É imaginei que não, mas essa blusa é linda, e você não está parecendo uma prostituta, só uma babá que pode oferecer bem mais do que cuidados infantis. – Ela falou sorrindo.
Passamos o resto da manhã fofocando e colocando o assunto em dia enquanto arrumávamos o meu quarto para ficar mais minha cara de adulta e não tanto quanto a Bella adolescente. Troquei de blusa, mas Alice falou para ficar com a calça jeans e com os saltos, fiz como ela disse, em pouco tempo já estávamos entrando em sua rua, ela falou que a casa dele era no fim da rua, como era em uma colina, a vista daquela casa deveria ser a melhor de todas. Ela me deixou na porta prometendo me ligar no dia seguinte para combinarmos algo. Fui até a porta e toquei a campainha, me virei pra ver a vista, era realmente maravilhoso, dava pra ver toda a cidade e toda a floresta ao redor. Foi aí que senti olhos em mim, me virei e o vi pela primeira vez.
Bella
Eu só queria esquecer o meu passado, era só isso que eu pensava. Quando voltei para New York e passei a morar com minha mãe novamente, foi estranho. Se quando eu havia indo embora para morar com meu pai, minha mãe mal ligava pra mim, mas se importava mesmo com seus diversos casamentos, agora parecia que não havia ninguém no mundo mais importante do que eu, no começo, eu ainda não tinha superado toda a história, às vezes ainda sinto um calafrio ao me lembrar dele, mas ela me confortava, o que era realmente estranho, mas com o passar do tempo, fomos, nos acostumando uma com a outra. Fiz algumas amizades, retomei algumas antigas, nunca tinha coragem de contar para ninguém o que tinha acontecido. Só desabafava com o meu psicólogo, coisa que minha mãe me obrigará a fazer duas vezes por semana após o episódio em Forks. No fundo acho que ela se culpava por ter me mandado passar um tempo na casa de meu pai.
Apesar de sentir saudades de Forks, ainda não tinha coragem de voltar, tentava matar um pouco das saudades mantendo contato com algumas pessoas de lá, principalmente Alice, que havia se tornado uma ótima amiga e Jake, meu quase namorado que se tornou um grande amigo também.
Jake e eu estávamos começando a nos conhecer na época que tudo aconteceu, depois que me mudei continuamos conversando, ele sempre protetor e amigo, veio por duas vezes me ver aqui, e sempre me cobrava pra ir vê-lo, mas ainda não tinha tido coragem pra isso.
Já Alice, era minha amiga no colegial, estávamos sempre juntas, apesar de na época ela ter quase uma fixação em tentar transformar o meu guarda roupa e meus hábitos alimentares, coisa que acabei mudando quando voltei a morar com a minha mãe.
Era o último dia de consulta com o meu psicólogo, Dr. Stevens, ele era um senhor muito simpático e me tratava desde que tinha voltado, há exatos oito anos, ele estava se aposentando e eu também, pelo menos era assim como eu pensava com relação ao tratamento, eu estava me aposentando do tratamento.
- Bella, menina, você sabe que tem que enfrentar os seus medos. – Ele me olhou com aqueles grandes e enrugados olhos azuis. – Tem que ir até lá, não pode deixar pesadelos tomarem conta da sua vida.
Olhei para as minhas mãos que seguravam a alça da minha bolsa, estava mordendo o meu lábio inferior, não sabia direito se o encarava ou se procurava outro ponto fixo para olhar. Estava claramente tensa.
- Pense nisso como sua última tarefa, vá até lá, reveja seu pai, seus amigos, passe um tempo lá, tente aproveitar isso e quando você menos esperar os pesadelos pararam e você nem se lembrará mais deles. – Ele se levantou se sua cadeira deu a volta na mesa e ficou na minha frente pegou minhas mãos – Olha, você já vem aqui a tempo demais, você está pronta, já enfrentou muitas coisas, mas precisa se libertar de suas últimas correntes e pra isso você tem que dar o ultimo passo.
Lágrimas começaram a cair. Apesar de tudo o que aconteceu, sempre tentei me manter positiva, tentando ao máximo não deixar nada me abater e até hoje eu tinha conseguido, com ajuda, mas estava conseguindo, tinha o emprego perfeito, viajava pra Europa sempre que podia, as vezes encontrava até um cara que fosse interessante, mas nunca passava mais que uma noite com eles. Era nessa hora que o medo tomava conta de mim. James, o único namorado que realmente tive, sempre ia embora antes de eu adormecer, por diversas noites eu o acordava e o mandava embora da minha casa. Não queria que ele escutasse meus gritos de madrugada, já era difícil de mais pra mim.
Escutar tudo aquilo e saber que ele estava certo, doeu muito mais, era verdade, eu tinha que tentar de uma vez por todas acabar com os meus medos, eu queria ter minha vida de volta, eu queria ter sonhos como todo mundo, e não somente pesadelos. Pedi demissão no dia seguinte, queria ter certeza que teria todo o tempo do mundo para isso, depois eu me preocuparia em arranjar outro emprego. Mandei uma mensagem para Alice e para Jacob, meu pai me ligou no mesmo dia, ele me ligava todos os dias, tínhamos uma relação ótima. Ele por sua vez ficou muito feliz de eu estar voltando para Forks, eu não duvidava em nada que a notícia iria se espalhar em questão de horas, mas ele logo me tranqüilizou.
- Não se preocupe querida, ele não está aqui e nem irá voltar. – Foi a ultima coisa que me disse antes de desligar.
Poucos dias depois já estava indo para Forks, minha mãe me deixou no aeroporto com muitas recomendações, coisas de mãe, meu coração parecia que iria pular do meu peito de tamanha a excitação que eu estava, tentei dormir, mas foi pior, nada me acalmava, mas somente quando pisei em Forks, foi quando vi meu pai, depois de tantos anos, ele ainda parecia o mesmo, porém só com os cabelos um pouco mais brancos.
Corri e o abracei, era realmente muito bom estar com ele novamente.
- Minha princesa, como você cresceu. – Meu pai me abraçou e me rodou no ar.
- Para com isso pai, já não sou mais criança! – Falei enquanto ele ainda me segurava nos braços.
-Claro, claro. – Ele me pôs no chão – Daqui a pouco você vai me dar netos, e eu ainda estou te tratando como criança.
Por um momento pensei no que ele me falou, ri internamente por ver que meu pai não sabia o quanto minha vida afetiva era complicada.
- Ai pai, primeiro eu tenho que me casar pra isso, você não acha?
- Essa é a minha garota! – Me deu mais um abraço e eu ri com o seu comentário.
Fomos para sua casa tinha chegado cedo ainda em Forks, não era nem oito horas da manhã, entrar no meu quarto foi certamente nostálgico, ver as fotos da época do colegial ainda colada na parede, os livros que eu costumava ler, meu velho e bom computador que agora mais parecia uma maquina vinda do passado, agradeci mentalmente a minha mãe por ter me lembrado de trazer o meu notebook, Ver tudo aquilo, me animou.
- Alice ligou ontem à noite. – Charlie estava parado na porta.
- E o que ela queria pai? – Perguntei sentando na minha cama.
- Perguntou que horas você iria chegar, falou que passaria aqui pela manhã pra vocês tomarem um café juntas. – Ele olhou no relógio. – Eu tenho que ir para delegacia, se incomoda de ficar sozinha?
- Claro que não pai, vá e não se incomode comigo. Vou terminar de arrumar minhas coisas, e Alice já deve estar chegando, ela falou que vai arranjar um emprego pra mim. – Eu falei o empurrando porta a fora. Ele se virou e me deu um longo abraço.
- Fico feliz que tenha voltado, seja lá qual for o motivo, eu estou muito feliz.
- Eu também pai, eu também.
Depois que ele foi embora comecei a arrumar minhas roupas, mas não me demorei muito logo uma campainha estridente tocava sem parar.
- Oi – Uma baixinha linda pulou em mim me abraçando forte.
- Oi Ali! – a imitei com seus pulinhos, realmente ela era muito divertida e eu sentia muita falta dela.
- OH MEU DEUS! O que fizeram com você? Você está linda! – Ela parou de pular como e falou pausadamente.
- Tá certo, vou tomar como um elogio. – eu falei sorrindo
- Garota você está gostosa!
- Ai Alice só você mesmo! Bom, então eu acho que você gostou do meu novo visual! –Falei e dei uma voltinha pra ela ver.
- Definitivamente! O que aconteceu. Você emagreceu, sei lá, uns 10 ou 15 kilos? – Ela falou e eu ri. – Ops, desculpa não quis ser grosseira.
- Tudo bem Ali, mas é muito difícil morar com a minha mãe e não se tornar isso que você está vendo.
- Tudo bem, mas eu quero sua mãe embrulhada de presente no Natal.
Dei risada, não tem como não se animar com uma pessoa que ilumina o ambiente como ela. Realmente eu estava diferente de quando ela me viu pela ultima vez, não da vez que ela me viu indo para o aeroporto, cheia de ataduras e com a perna quebrada em diversos lugares, mas sim, um pouco fora do peso e cheia de espinhas, a adolescência não tinha sido um paraíso pra mim, mas ainda sim eu tinha o meu charme, por assim dizer.
- Então vai me arranjar um emprego ou não? – Perguntei finalmente, com ela sentando na sala.
- Ah, claro, o emprego. Espero que você ainda goste de crianças, pois é pra ser babá da minha sobrinha.
- Perfeito. – Abri o sorriso – Não sabia que Emmet tinha tido filhos, não vi nada publicado nos jornais. – Emmet era o irmão mais velho de Alice, ele tinha sido um grande jogador de futebol americano na época de escola e foi descoberto pelos profissionais na faculdade. Até hoje ele jogava, eu conseguia acompanhar um pouco de sua carreira pelos jornais, sabia que ele havia se casado há poucos meses com uma modelo, mas não imaginei que já havia tido filhos. Eu o conheci um pouco antes de ir embora, ele tinha passado uns dias na casa de seus pais, era um cara muito divertido e apesar da grande diferença de idade, ele ficou o tempo todo conosco, mas isso eu realmente acho que era porque a maturidade dele estava mais para a nossa idade.
- Oh meu Deus, não! – Alice falou rindo – Não é filha de Emmet, é de Edward.
- Não me lembro de ter o conhecido.
- Na verdade, todo lado feminino de Seattle até, sei lá, o Canadá conhece o Edward, mas acho realmente que você não o conheceu, você nunca passava férias ou feriados conosco, sempre com sua mãe. – Ela falou fazendo um biquinho, típico de Alice fazendo birra.
- Ali, minha mãe sempre tinha um marido novo pra me apresentar, isso me impossibilitava para ficar e fazer o que eu quiser, ou até mesmo de dormir com o seu irmão que não conheço.
- Oh, Deus, você é realmente uma vadia! Desculpa, quis dizer uma nova iorquina! – ela falou entre risos. – Bem, ele voltou há alguns dias atrás, disse que quer que Vanessa cresça em um ambiente mais familiar, ele acha que ajudará ela a passar pelo luto se estiver mais perto de nós.
- Entendo, e quando, então irei conhecê-lo? – Perguntei já ansiosa
- Espera um pouco, vou ligar para ele. – ela falou pegando o celular na bolsa.
- Tá bom, enquanto isso, vou pegar um café, aceita? – Falei me dirigindo para a cozinha para dar mais liberdade a ela.
- Não obrigada! – Foi só o que escutei.
Fiquei divagando em tudo o que aconteceu nos últimos dias até então, achei estranho eu não ter me apavorado e ter tido a vontade louca de me enfiar no primeiro vôo até a minha casa, eu estava indo bem, eu estava indo muito bem.
A voz da Alice me tirou dos meus pensamentos – Bem, ele estará em casa à tarde, te dou uma carona até lá, só me diz uma coisa, você não vai com essa blusa não é? – Olhei pra baixo e vi do que ela estava falando.
- Ali claro que não, ele vai achar que você contratou uma prostituta pra cuidar dele e não uma babá para a filha dele. – Falei corando com minhas próprias palavras.
- É imaginei que não, mas essa blusa é linda, e você não está parecendo uma prostituta, só uma babá que pode oferecer bem mais do que cuidados infantis. – Ela falou sorrindo.
Passamos o resto da manhã fofocando e colocando o assunto em dia enquanto arrumávamos o meu quarto para ficar mais minha cara de adulta e não tanto quanto a Bella adolescente. Troquei de blusa, mas Alice falou para ficar com a calça jeans e com os saltos, fiz como ela disse, em pouco tempo já estávamos entrando em sua rua, ela falou que a casa dele era no fim da rua, como era em uma colina, a vista daquela casa deveria ser a melhor de todas. Ela me deixou na porta prometendo me ligar no dia seguinte para combinarmos algo. Fui até a porta e toquei a campainha, me virei pra ver a vista, era realmente maravilhoso, dava pra ver toda a cidade e toda a floresta ao redor. Foi aí que senti olhos em mim, me virei e o vi pela primeira vez.
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