5. Trabalho
Bella
Seus olhos verdes eram realmente desconcertantes, se eu não soubesse que ele havia acabado que ficar viúvo poderia até dizer que ele estava pensando obscenidades enquanto estava na porta me olhando
- Oi – Falei imaginando o porquê daquele olhar em mim.
- Oi, deve ser a Srta. Swan, entre, por favor. – Ele me indicou a passagem.
A casa por fora era maravilhosa, por dentro então pude perceber o capricho com que ele escolhera os móveis, tudo era muito perfeito.
- Linda sua casa. – Consegui esboçar um pouco da admiração e educação que recebi.
- Obrigada, não quer se sentar? – Ele falou, dando um leve sorriso, que me deu certo desconforto no estômago.
- Claro. – E fui em direção do sofá.
Conversamos um pouco, odiava entrevistas de emprego, odeio sentir-me avaliada, mas essa até que não estava sendo tão ruim, não sei ao certo de era porque o Sr. Cullen era realmente um gato, ou se minhas expectativas de arranjar um emprego assim logo de cara não eram tão altas. Ele avaliou o meu currículo, que eu tinha feito questão de deixá-lo perfeito, mas algo no rosto dele me trouxe certa preocupação, mas logo descobri sobre o que se tratava.
- Tem um belo currículo, mas tem alguma experiência com crianças? – Ele me perguntou ainda com o vinco na testa.
- Já fiquei de babá muitas vezes durante o colegial, até arranjar um emprego fixo, e às vezes eu o fazia para tirar um extra, mas depois que comecei a fazer faculdade não tive muito tempo.
- Bem, você parece ser bem responsável, mas me diz, por que você não está atuando em sua área, porque pelo que pude ver em seu currículo, você é muito mais qualificada do que o salário que eu estou oferecendo.
- Sr. Cullen eu não... – Ele me interrompeu
- Me chame de Edward, por favor.
- Sim, claro, então Edward – Falar o nome dele me deu cócegas no estomago novamente, corei em pensar nisso e não pude conter o sorriso que dei. Eu deveria ter passado muitas horas viajando, deve ser isso, só estou cansada. – Sei as minhas qualificações, e não estou em busca de salário ou de nada envolvido com a minha carreira, sei que pode parecer estranho para o senhor, mas estou buscando um pouco mais de tranqüilidade.
Percebi que minha resposta tinha sido convincente, não queria lhe esconder a verdade, mas também não poderia falar o que de fato eu estava fazendo em Forks.
- Vanessa estará aqui amanhã, por que não vem para conhecê-la? – Ele perguntou já a caminho da porta.
- Claro, passarei aqui amanhã – Respondi com um sorriso.
Nos despedimos e tratei de pensar como iria para casa. Forks é um ótimo lugar para se morar, se você tem um carro, apesar da cidade ser pequena, somente o centro é que tem as coisas mais próximas, o restante, no caso das casas e alguns comércios ficam realmente longe. Respirei profundamente e peguei meu celular. Fiz uma coisa que não fazia desde que tinha tirado minha habilitação. Liguei para o meu pai. Trataria de mandar trazer meu carro o quanto antes.
EdwardEra sexta-feira acordei cedo e fui ao quarto de Vanessa, ela ainda estava dormindo, parecia um anjo, um anjo que se mexia muito a noite, ela estava toda descoberta. A cobri novamente e fui tomar um banho, hoje a garota Swan viria para conhecer Ness, queria que Ness gostasse dela, e ela de Ness. Logo na segunda eu teria que ir trabalhar e Vanessa teria que ir pra a escola, não queria ter que depender da minha mãe ou da Alice para ficar com a Ness, tenho que ter minha própria vida mesmo aqui do lado deles, e também não seria justo com eles os ficar atrapalhando.
Arrumei alguns brinquedos que Ness deixou espalhados pela casa e comecei a pensar em contratar uma empregada também. A casa é muito grande, eu não daria conta de tudo.
AHHHHHHHHHH – Escutei vindo do quarto de Vanessa, subi correndo para ver o que tinha acontecido, ela se debatia na cama com violência, no momento eu parei não sabia o que fazer, corri até ela e a segurei.
- Ness acorda, acorda minha filha. – Falei quase gritando, eu estava angustiado.
Ela abriu os olhos e já chorava – Mamãe, mamãe... - Eram as únicas coisas que falava, aquilo me deu um aperto no coração, ela era muito apegada a mãe e estava sofrendo muito com sua perda. Fiquei ali sentado na cama a abraçando não sei por quanto tempo, quando percebi, ela já havia dormido novamente.
Desci as escadas pegando alguns bichinhos de pelúcia que ali estavam esquecidos, sentei no pé da escada agarrado a um deles e chorei, chorei de saudade de Elizabeth, chorei por ver minha filha sofrendo, chorei por ela ter morrido e nos ter deixado, chorei por tudo o que tinha acontecido.
Quando Isabella chegou já tinha passado à hora do almoço, Vanessa estava assistindo desenhos na sala, quando ela viu Isabella, ela ficou um pouco acanhada.
- Ness essa é Isabella. – Eu as apresentei
- Ness? Achei que fosse Vanessa? – Ela me olhou com um sorriso confuso.
- É apenas um apelido – Eu falei a ela entendendo o motivo da confusão.
Isabella se abaixou para ficar da altura de minha filha.
- Olá Vanessa, posso te chamar de Ness também? – Que sorriso lindo, era a única coisa que passava na minha cabeça.
- Pode – Minha filha falou desgrudando de mim e se posicionando melhor na frente de Isabella que abriu mais o sorriso ao perceber que Ness já não estava tão acanhada.
- Então você pode me chamar de Bella, tá bom?
- Está bem – Ness pego na minha mão – Pai posso voltar pra sala?
- Claro, vá – falei passando a mão em sua cabeça.
Olhei para a moça parada a minha frente. – Gostaria de alguma coisa para beber?
- Água.
- Sim, vamos até a cozinha. – Mostrei o caminho e ela foi me seguindo. – Você deve me perdoar, mas ainda não fiz as compras de casa, não sou muito bom para essas coisas. Em Seattle havia uma senhora que me ajudava com esse tipo de tarefa, mas aqui ainda não encontrei ninguém, então eu creio que vocês terão que fazer suas refeições na casa dos meus pais, pelo menos por enquanto.
- Bem, se o senhor me permitir, posso cuidar dessas coisas pelo menos por enquanto. – Ela falou atrás de mim enquanto caminhávamos no corredor que dava acesso a cozinha.
Poderia ser uma boa idéia, deixaria dinheiro para ela fazer as compras na segunda, já iria me ajudar.
- É, é uma boa idéia. Deixarei o dinheiro para as compras na segunda. – Falei virando para ela, não tinha percebido a quão próxima a mim ela estava, porque ao me virar nossos corpos foram de encontro, tive que colocar um pé para trás para me equilibrar e segurá-la com os dois braços, ficamos acho que por segundo, mas que mais pareceram horas naquela posição, meus olhos iam de seus grandes olhos castanhos, seu fino e delicado nariz até a boca rosada. Tive uma sensação estranha na hora, minhas batidas cardíacas pareciam que iam estourar meus tímpanos, não conseguia me mexer e só percebi isso quando ela me tirou dos meus devaneios.
- Desculpe, mas pode me soltar agora. – Ela falou com a boca a centímetros da minha, me controlei o máximo que pude para não a tomar ali mesmo. A soltei. – Desculpa, sou um pouco desajeitada mesmo. – Ela continuava se desculpando enquanto eu não sabia direito o que fazer, me virei e continuei em direção a cozinha peguei um copo de água para mim, tomei todo de uma vez só, do nada tinha ficado muito calor, enchi outro que entreguei a ela, aparentemente ela teve a mesma impressão, pois ela fez o mesmo que eu. Depois de um silencio constrangedor nos assolou acabamos por acertar todos os detalhes do trabalho dela, os horários, o serviço e tudo mais.
Quando ela foi embora, notei que Ness estava cochilando no sofá, sentei ao lado dela e coloquei as mãos na cabeça.
- Devo estar ficando louco. – Ela é incrivelmente bonita, a aproximação mais cedo fazendo que meu corpo quase entrasse em ebulição. - Desse jeito vai ser difícil. – Falei comigo mesmo.
Bella
Ao sair da casa do Edward, não contive a minha surpresa ao me deparar com Jake sentado em sua moto na porta da casa
- Jake, o que faz aqui? – Perguntei sorrindo indo de encontro a ele.
- Ah eu estava pelo bairro, achei que alguém poderia precisar de ajuda para ir pra casa. – Falou com certo desdém, mas com um sorriso no rosto típico de Jacob.
- Então, quantas donzelas indefesas você salvou hoje? – Perguntei parando em sua frente.
- Ah, algumas, mas ainda to tentando manter o segredo, sabe como, é né? Todos querem saber a real identidade do Super-homem e esquecem que ele pode ser apenas o Clark Kent. – Ele falou com um ar de tristeza que me fazia ir. – Então Louis Lane, quer uma carona?
- Claro Sr. Kent. – Falei sorrindo, subi em sua moto e fomos em direção a minha casa.