quarta-feira, 29 de setembro de 2010

DERBY GIRL - Um mundo sob rodas


15. Podemos testar teorias?

- Vai me convidar para entrar? – Edward perguntou. Eu nem tava sentindo mais as minhas pernas, fora o meu estomago que estava uma bagunça. Mas acho que foi quando ele deu o, conhecido e tão comentado pelas garotas, sorriso torto, que eu caí na real e todas as coisas que me falaram ontem rodearam mais uma vez minha cabeça.


- Pode entrar. – Falei lhe dando passagem.

Ele entrou e observou a sala. – Então... Estava ocupada? – Ele perguntou

- Não, na verdade eu estava quase cochilando. – Envolvi meus braços na minha cintura, pensando na besteira que eu tinha acabado de falar. Claro que ele deveria estar acostumado a encontrar as meninas todas arrumadas, e não vestidas como se tivessem pego as roupas no escuro, mesmo que fosse para dormir. Garotas como a Tanya, mas eu não era como ela. – Então?

- Então? – Ele repetiu minha pergunta

- Por que está aqui? – Perguntei já desistindo de tentar adivinhar.

- Ah, sim... Trouxe isso pra você. – Ele falou e me entregou uma sacola. – Sua blusa. Você esqueceu no meu carro ontem a noite.

- Ah, sim... Obrigada. – Respondi sem jeito.

- Por nada. – Ele falou. Ficamos uns cinco segundos, que pareceram duas horas nos encarando, até que ele voltou a falar. – Tá a fim de tomar um café, ou algo assim?

Tá bem, o cara é gato pra caramba e dispensá-lo seria cruel de mais, e por mais que ele não estivesse namorando a Tanya, havia todos aqueles avisos sobre ele. Enfim, eu não tinha como escapar.

- Não posso.

- Posso perguntar o por quê? Tem algo haver com a minha irmã, Alice?

- Er... Bem... – Não sei mentir, já falei isso pra vocês? – Sim e não. – Tá ele fez uma cara muito fofa, de confusão total. – Edward, agradeço por aquele dia no lago e também por ontem, mas eu não posso sair com você.

- Nem como amigos? – Ele me perguntou.

- Mas não somos amigos.

- Mas poderíamos ser. – Ele respirou fundo. – Olha é sério, você me parece uma garota legal, e é só um café. Nada além de amizade. – Ele levantou as mãos pra cima como estivesse se rendendo.

Porcaria a Alice ia querer me matar!

- Está bem, eu vou me trocar. – Subi rapidamente e coloquei um jeans com uma bota e a primeira blusinha que encontrei no armário, uma azul com renda nas costas, puxei a jaqueta preta de cima da cadeira e corri pra baixo. Em menos de dez minutos eu estava pronta. Quando eu desci, ele estava olhando as fotos na estante da sala.

- Essa é você? – Ele perguntou olhando para uma foto que eu reconheci com a foto do campeonato estadual dois anos há trás, na foto eu estava com um colan vermelho e no meio de um rodopio. Minha mãe sempre mandava as fotos para o meu pai, não por que ela quisesse, mas porque ele insistia.

- Sim. Isso foi no campeonato estadual, há dois anos. – Falei pegando a minha bolsa no sofá. – Vamos?

O caminho foi silencioso e definitivamente eu não fazia a menor idéia o que eu estava fazendo.

- No que está pensando? – Ele perguntou.

- Estou me perguntando o que você afinal quer comigo. – Respondi assim. Na lata!

- E o que você acha que é? – Ele me perguntou e um sorriso muito sacana surgiu em sua face. Ai Meu Deus!

- Não sei, realmente não sei. Na verdade você não parece ser esse monstro que todos pintam, mas vai saber, não é mesmo? – Respondi e ele riu. Uma gargalhada tão gostosa, ai!

Prosseguimos o restante do caminho em silencio, na cafeteria ele me pagou um café e conversamos bastante. O estranho é que ele pareceu um cara bem normal, nada do que as meninas falaram, mas eu estava fixa na teoria da amizade e nada ia me abalar. Conversamos e rimos bastante, quando notei já havia se passado mais de três horas que estávamos ali.

- Bem, já tá tarde, preciso voltar – Eu falei olhando o meu relógio.

- Tudo bem.

Fomo até o carro, e eu percebi que ele ia abrir aporta pra mim, mas nesse instante ele me virou me encostou na porta do carro e me beijou.

E lá se ia a minha teoria sobre a amizade por ralo abaixo...

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