12. Pode ser um pesadelo?
Eu estava no corredor cinco do Wall Mart, esperando Ang chegar para me ajudar com a tinta de cabelo, na verdade naquele horário só estava eu e uma senhora que olhava calmamente as tintas, não pude deixar de notar que o seu cabelo invés de branco era lilás.
- Gostei da cor do seu cabelo. – Eu falei e ela sorriu.
- Obrigada, fui eu mesma que pintei. – Antes que pudéssemos ingressar qualquer conversa sobre cores e afins uma Ângela esbaforida chegou.
- E ai? – Ela me perguntou colocando a mão no peito.
- To pensando se eu levo o castanho escuro ou se radicalizo e pinto de vermelho. – Virei para Ângela com um sorriso inocente, mostrando as duas tintas em minhas mãos, como se fizesse a pergunta mais banal do mundo, só para ter o gostinho vê-la fazer a cara de quem não entendeu bulhufas.
- Não entendi. – Ela finalmente falou
- As tintas, para pintar meus cabelos. Você falou que iria me ajudar. – Eu falei pegando outra marca.
- Bella, você sabe do que eu estou falando. – Ela fala batendo o pé no chão. – Como foi lá a seleção?
- Ahhhh, disso? – Falei colocando as duas tintas na cesta que eu segurava. – To dentro! Sou uma das Midnight Rollers!!! – Falei me lançando para Ang e no melhor estilo amigas-comemoram gritamos e pulamos no meio do corredor cinco do vazio Wall Mart.
Naquela mesma noite, Ang foi dormir na minha casa aproveitamos para pintar o meu cabelo, como não sabia que cor eu passava, nos passamos as duas, não foi minha surpresa que na manhã seguinte, com os cabelos já secos que pude ver o resultado, não ficou como eu imaginava, mas eu gostei do resultado. Cabelos castanhos-avermelhados produzido unicamente em Forks, Washington! E que só eu tinha!
- Já sabe o nome que vai usar? – Alice perguntou no refeitório.
- Ainda não. – Respondi desanimada.
- Que tal Accid Annarchy? – Angela pergunta comendo o seu pote de pudim.
- Não.
- Diva State? – Rose sugere.
- Diva? Jura? Não – Alice responde. – Muito mais a sua cara, Bedda.
- Cuckoo Chanel? – Alice dispara e um coro se forma na mesa.
- Não. – Todas nos dizemos, pelo visto vai ser difícil.
Logo nos quatro jogamos o que restou do nosso almoço no lixo e seguimos pelos corredores em direção a próxima aula. Mas tudo que é bom dura pouco, assim como a minha paz.
- Então a Barbie Malibu resolveu fazer a versão Barbie Forks?!?! – Tanya parou na minha frente pra fazer esse comentário, claro que eu nem respondi passei por ela como se não tivesse escutado. Alice que estava do meu lado saiu correndo em direção a saída, Rose seguiu com Ângela para a outra aula e eu fui pra minha.
A semana seguiu como sempre Tanya tentando me provocar, treino, Edward ‘Delicioso’ Cullen sempre me olhando, treino, Rose e Nessie me ajudando com manobras, treino, Ângela me ajudando com trabalhos e mais treino. Resumindo uma correria só! Mas isso tudo tinha um motivo. Minha estréia seria dali a dois dias e eu estava uma pilha de nervos.
Na terça seguinte eu fui a primeira a chegar na Casa das Bonecas, eu já estava terminando de colocar meu capacete e meus patins novos que eu havia comprado no final de semana, esses sim para corrida e totalmente maneiros!
- Hey Bella, quer fazer um aquecimento? – Emmet ‘Monkey Man’ McCarty falou. O nosso treinador. Eu suspeitava que ele devesse ter uns vinte anos, estava na faculdade, era bem forte e tinha um jeitinho bobo que fazia ser até que bonitinho, se não fosse suas piadas totalmente sem nexo, mas seu conhecimento de patinação e Roller Derby fazia dele quase um Deus pra gente.
Mesmo que ele acabasse com nossa raça quase todos os dias, mas toda vez que ele e Rose entravam em algum clima, as meninas não se agüentavam e faziam tantas piadas que o clima sempre ficava em total descontração. Totalmente diferente daquilo que ei conhecia como treinador-ditador-acaba-com-adolescentes-atletas que é tão comum na patinação artística.
Quando o treino acabou eu estava destruída, tão suada e fedida que um jogador de futebol americano sentiria orgulho de mim. Mas eu estava feliz, apesar de ainda conseguir fazer um bloqueio eficiente, já que toda vez que Bedda ou Mad vinham para cima de mim, eu me desequilibrava e ia direto para o chão.
Emmet já estava cansado da mesma cena se repetindo sempre.
- Hey, Bella é um esporte de contato, uma hora vai ter que fazer contato! – Ele falou já no final do treino, fazendo o meu rosto queimar de vergonha e frustração.
Quando coloquei os meus dois pés dentro de casa eu pensei em como eu poderia ser tragada pela terra sem chamar a atenção, mas isso foi um pensamento muito rápido, pois na pequena sala de estar de Charlie, Clair brincava no chão enquanto Sue e Renné estavam sentadas no sofá sem nada dizer.
- Ah, você chegou, pensei que iria ter que ficar esperando aqui até que não tivesse mais nem um pingo de paciência. – Renné falou se levantando. – Meu Deus! O que aconteceu com você? – Ela falou mexendo em meus cabelos e minhas roupas. – Vá tomar um banho rápido, tire essa inhaca que está em você e vista roupas descentes.
Eu fiquei sem reação, só subi e fiz o que ela me mandara fazer, quando sai do banheiro ela estava no meu quarto olhando CD´s e tudo que havia em cima da minha estante, eu estava começando a ficar realmente irritada com toda aquela invasão.
- Vista-se, nós vamos sair para jantar, só nós duas. Separei uma roupa para você, está em cima da sua cama.
Olhei e quase chorei ao ver o vestido cor de rosa em cima da cama. Não que o vestido fosse feio, mas era ROSA! Não me levem a mau, mas tem garota que põe uma blusinha cor de rosa, calça de couro preta e uma bota mega estilosa e está simplesmente maravilhosa, o que não é o meu caso. Eu mesmo vestindo todo um conjunto preto estilo ‘mamãe quero ser sado’ com um plus de várias tatuagens pelo corpo, e eu ainda assim ficaria parecida com uma líder de torcida afetada!
Charlie apareceu bem na hora em que estávamos descendo as escadas.
- Está linda Bella. – Ele falou, mas o meu bom humor já era tanto que lancei um olhar para ele que eu me arrependi depois.
No restaurante não foi diferente, Renné não parava de falar como Christina, a minha principal concorrente na época de patinação artística, tinha fechado um contrato com a Nike e que poderia ter sido eu a fechá-lo, se eu não tivesse surtado e largado a grande cidade pra vir morar no meio do nada, e de como eu parecia com o meu pai, e que merda eu havia feito com o cabelo, pois eu loira era muito mais bonita. Enfim, sei que quando o garçom perguntou se queríamos sobremesa, eu fui a primeira a falar que não. Aquele jantar já estava durando demais.
- Isabella, Eu e Phill iremos nos casar. – Ela falou como se estivesse falando que iria até a esquina.
- Como assim? – Perguntei
- Bem, já estávamos pensando nisso há algum tempo, e como você veio pra cá eu tive como ter um tempinho pra viajar com ele e bem, ele me pediu em casamento e eu aceitei. – Ela falou
- Está bem. – Respondi simplesmente
- Quem bom que gostou querida, pois marcamos a data do casamento para uma semana após o seu retorno para casa. Quero que seja minha dama de honra! – Aquilo veio como um tapa, eu estava me divertindo tanto que havia esquecido que não ficaria ali muito tempo. Naquela noite quase não dormi.
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