14. Surpresas
Bella
Acordei com James beijando minha bochecha. Nem abri os olhos.
- Já vai? – Falei com a voz rouca devido ao sono.
- Já, Victoria quer que estejamos lá cedo.
- Hum, e quanto tempo vai ficar?
- Acho que uma ou duas semanas, mas vou tentar ser mais rápido. – Senti seus lábios em minha mão, abri os olhos e ele estava abaixado do meu lado beijando a aliança. – Quando eu voltar, vou querer minha resposta. – Ele me deu mais um selinho e saiu.
Com aquela última frase de meu amado namorado, eu já não consegui dormir mais. Sentei na cama olhando aquela aliança, era muito bonita, mas James havia exagerado, a pedra instalada em seu topo era muito grande, chamando atenção de mais pra mim, coisa que realmente não gostava. Levantei e fui tomar um banho gelado, teria um longo dia pela frente e não queria me atrasar. Quando desci pra o café Jake estava a minha espera na sala.
- Já tomou café? – Perguntei assim que entrei na sala
- Já, com Leah. Ela teve que sair, foi ver umas coisas para a mãe dela, já que iremos embora amanhã.
- Ah, Jake, fique mais um pouco, pelo menos até James votar. – Fiz carinha de pidona – Me sinto tão sozinha aqui.
Ele riu. – O Gato de Botas do Shrek perde feio para esse seu olhar! – Falou ainda entre risos. – Não dá pra ficar mais, Quill que está cuidando na oficina pra mim, então já sabe, vai estar tudo bagunçado, quando eu voltar.
- É, imagino.
- Bells, queria falar uma coisa com você. – Ele mudou o tom de voz, pelo visto o assunto é sério. – Alice viu Lian comigo no shopping. Ela o quase reconheceu.
- Ela falou alguma coisa?
- Não, mas deu pra sentir que se ficássemos lá por mais um minuto, eu não teria como explicar o que a cópia do irmão dela fazia em meu colo. – Ele olhou para mim com um olhar preocupado. Deu um longo suspiro. – Sei que falei muitas coisas do Cullen, eu fui errado, acho que no fundo eu estava com ciúmes, ou algo assim, mas Bells, ele precisa saber. Às vezes penso, e se fosse comigo, me sinto mal por aquela época, de ter enchido tanto a cabeça por causa de um ciúme bobo.
- Jake, você não tem culpa, pelo menos não muita. Afinal, quando eu soube que estava grávida eu não contei nada. Também, depois de tudo o que aconteceu, ou sei lá, do que não aconteceu.
- Bells, ainda dá tempo, faça isso antes que ele descubra.
- Eu sei, eu só não sei como fazer.
- Entendo. Me sinto culpado por toda essa situação, se eu não houvesse falado nada, talvez quem estivesse te pedindo em casamento seria ele.
- Não se culpe Jake, não dá pra prever o futuro, e se ele não veio atrás de mim, era porque simplesmente ele não gostava tanto assim de mim, não vou ficar me iludindo.
- E você vai aceitar o pedido?
- Ainda não sei... Vou aproveitar que James está viajando pra poder pensar com mais clareza. – eu falei desviando o olhar para o chão, eu ainda não sabia se estava preparada.
- Está bem, mas acho que você deve considerar, em talvez contar para o Cullen a respeito do Lian, antes de qualquer coisa.
- Vou pensar nisso também.
A manhã correu rápida, logo eu estava sentada no restaurante aguardando Irina e minha nova cliente, que ela iria me apresentar hoje, foi uma surpresa quando ela chegou com a sua madrinha à tira colo. Logo que acenei, elas vieram em minha direção, ambas com vestidos claros até os joelhos e óculos escuros.
- Irina, como está? – Dei dois beijinhos no ar de cada lado de seu rosto, gesto que fiz lembrando, de como para minha mãe soava tão natural esse falso comprimento, e para mim somente forçado. – Vejo que trouxe sua madrinha novamente.
- Bem, querida. Mas hoje ela não é minha madrinha, hoje ela veio no papel de noiva.
- Que bom! – Não lembrava de ter tantos milionários solteiros em NY, por que, sinceramente, ela não tinha cara de que iria se casar por amor, nem cara e nem jeito. – Então vamos começar os preparativos de seu casamento. – Fiz apontando para ela que soltou um breve sorriso de satisfação.
O garçom veio e nos ofereceu café, eu aceitei, teria que aceitar, afinal tinha que me manter acordada enquanto elas falariam de como queriam tudo perfeito e me perguntado como poderiam atrair a mídia sem que ninguém notasse. E eu teria que reprimir o desejo interior de falar que talvez, só talvez se elas entrassem na igreja e matasse seus noivos ali mesmo no altar elas teriam a cobertura da mídia por alguns meses. Ao pegar na xícara Irina me deu um olhar de espanto que na hora não entendi, mas ao ver que ela olhava para mim e para a solitária depositada em meu dedo, a compreensão me tomou, mas não antes dela dar um gritinho que parecia algum guincho.
- Aimeudeus! Você também está noiva! – Irina parecia que ia cair da cadeira, Tanya ao seu lado olhou para a aliança e para mim ligeiramente com a boa aberta, e fez uma cara que não consegui decifrar. – Olha só essa aliança. – Ela puxou minha mão a colocando próxima ao seu rosto, como para ver melhor. – Tanya essa pedra é maior do que as nossas duas juntas.
Olhei para a Tanya que fazia a mesma careta, provavelmente era isso que ela havia pensado quando olhou para aliança da primeira vez.
- Meu.Deus. Bella! O James está te mimando demais! – Irina falou ainda brincando, ela apesar de todo o semblante de socialite/metida/piso em todo mundo, Irina era uma pessoa fácil de conviver, se você conseguisse relevar um ou outro piti. Ela, como toda a alta sociedade de Manhattan, conheciam a minha situação com James, por isso não foi surpresa ela citá-lo. Ela virou para Tanya como se eu não estivesse ali. – Sabe, Tanya, Bella aqui conseguiu o melhor partido dessa cidade. Além de maravilhosamente lindo e educado, a família dele descende de nobres. – Ela falou isso como quisesse terminar a frase dizendo “Ele tem muuuuuiiiito dinheiro”.
Tanya olhou para mim com certa curiosidade, mas logo mudei de assunto não queria tanta exposição da minha vida assim. Terminamos por Tanya me prometer passar a lista de convidados por email e eu já selecionar os estilistas para o seu vestido.
Uma hora depois que sai do restaurante.
Tanya
Edward estava estranho há alguns dias, aquilo me perturbava bastante, me deixava inquieta, há três anos atrás ele veio com uma conversinha que estava gostando de uma garota que havia ido embora, na época eu o procurava sempre, afinal, um partido daqueles quem era louca que dispensaria. Não que eu o ame, só amei um cara em toda a minha vida, e o sacana teve coragem de chantagear minha família para não divulgar um vídeo íntimo que havíamos feito. Daquela época, eu aprendi que tudo no mundo, gira entorno de dinheiro.
Edward, não é um cara milionário, mas seus pais são, e tem uma ótima reputação dentro da sociedade, então, por que não? A outra já havia o abandonado mesmo, teria que aproveitar essa chance para me aproximar mais dele, o que não foi fácil, mas depois ele acabou cedendo.
Naquela tarde em que eu entrei em seu escritório não imaginava o que iria encontrar. Vasculhei tudo, menos o cofre, lá ele não deixa eu chegar nem perto, mas o cofre ficaria para um outro dia, pois o que eu queria eu encontrei em uma gaveta mesmo, nem respirei quando vi a aliança, era bonita, delicada demais para mim, e o diamante que nela se encontrava era até pequeno demais, mas eu me encarregaria de fazê-lo comprar outro depois.
A surpresa que ele teve a me ver já com a aliança no dedo, estava estampada em seu rosto, mas não me perdi em meio a sua confusão, talvez ele mesmo quisesse ter feito o pedido, que não era mais necessário, então resolvi ignorar a sua reação. Já pensava nos preparativos do casamento e no jantar de noivado, para isso contrataria uma organizadora, quero que seja o casamento do século.
Bella não foi a primeira opção, mas era a que estava disponível, e eu queria que tudo acontecesse logo, afinal eu já estava morando com o Edward e a pirralha, era uma questão de tempo para que eu me tornasse a nova senhora Cullen. Irina me convenceu a organizar com Bella, e no dia seguinte marcamos um brunch.
Isabella Swan, não sei por que, mas algo nela não me agrada, deve ser o jeitinho de boa moça, do tipo que namora com o mesmo cara anos e depois casa em um casamento totalmente conservador, sem nunca chamar a atenção para ela, o que fazia que todos os olhos fossem para ela. Me surpreendeu muito quando Irina, falou que ela tinha um filho, e que ele não era de seu namorado, provavelmente a santinha de Upper East Side deve ter tido um passado bem infame, talvez regado a álcool e drogas, e seu filho fosse fruto de alguma relação com algum narcotraficante. Esses pensamentos só foram cortados quando eu vi o tamanho de sua aliança.
OMG! Edward tava muito ferrado. Minha aliança, nem se comparava com a dela, a minha toda delicada, quase até que bonitinha, o tipo até que ela usaria, mas a dela era maravilhosa, grande e linda, o diamante em cima gritava chamando atenção de todos, do tipo “Olha! Eu estou noiva!”. O tipo que eu usaria. E ela nem parecia tão confortável em te-la em seus dedos. Logo ela mudou de assunto, pelo visto a boa moça realmente não gostava de exposição.
Quando ela foi embora eu e Irina ficamos ainda conversando no restaurante.
- Por essa eu não esperava! – Irina falou
- Pelo que?
- Isabella noiva. Realmente é o casamento que não quero perder.
Aquilo me fez ficar irritada. – Hunf! Por mim, a imitação de Audrey Hepburn pode casar até em Las Vegas que não estou ligando.
- O que é isso priminha? Está com ciúmes?
- Ciúmes por quê? Está louca? Esqueceu que logo, logo serei uma Cullen e essa sociedade toda terá que me agüentar. E vamos logo que eu tenho médico marcado esta tarde.
- Bem lembrado, por que você não podia me falar do médico por telefone?
- I. não quero que Edward descubra agora, mas quero fazer uns exames primeiro antes de ter qualquer tipo de confirmação.
- Hum, e qual você acha que vai ser a reação dele?
- Ainda não sei, mas vou esperar tudo se confirmar, e depois eu penso no que fazer.
- Vamos então, com essa história de Audrey Hepburn me deu uma vontade louca de passar na Tiffany e separar alguns presentinhos de noivado.
Bella
O meu celular surtava dentro da minha maxi bolsa e eu tentava em vão encontrá-lo, quando vi no visor quem era dei um longo suspiro antes de atender.
- Bella? Quando você pretendia me contar? Ou ter que ficar sabendo por outras pessoas tudo que se passa na sua vida?
Olhei no rélogio, ainda marcava onze horas.
- Bom dia para você também, mãe, agora me fala com CALMA, do que você está falando? – Era cedo de mais para minha mãe começar a me irritar.
- Ah, desculpe a minha falta de educação Isabella, - Isabella? Nossa eu relmente deveria ter feito algo muito ruim, a última vez que ela me chamou de Isabella foi quando lhe contei que estava grávida. – mas entenda minha filha, estou muito chatiada. – Provavelmente ela vai começar com toda a história que eu a excluo da minha vida.
- E o que foi que aconteceu dessa vez mãe?
- Ah, imagina só você que ontem a noite eu recebi uma ligação bastante interessante. Era Julie, aquela minha companheira do country club, a que faz equitação comigo, sim, pois ela me contou uma história bem estranha ontem a noite, ela falou que a Susan, a cunhada dela havia brigado com o marido. – Não sei o por que mas aquela história toda da minha mãe estava me irritando. - Aparentemente, Susan descobriu que o marido gosta de visitar sites pornograficos, oque na minha opinião é constrangedor, mas enfim, eles se resolveram, e ontem resolveram ir jantar, bem, não foi a minha surpresa quando Julie me contou que Susan viu uma cena inesperada no restaurante, Susan viu James te pedindo em casamento!
O telefone ficou mudo por alguns segundos.
- Mãe deixe-me explicar.
- Explicar o que Isabella? Até o Canadá inteiro já sabe que vocês estão noivos e você nem ligou para sua mãe para contar!
- Mãe me escuta.
- Que tipo de filha é você? Pessoas já estão me ligando para dar felicitações e eu nem sei o que dizer.
- Tá, calma mãe! Primeiro, James me pediu sim em casamento, mas eu ainda não respondi e segundo manda essas pessoas pro inferno, eu odeio quando ficam em cima de mim desse jeito.
- Isso é jeito de falar minha filha? E por quer você ainda não respondeu? Você está louca? Um dia James se cansa desse seu joguinho e parte para outra, ai eu quero ver como você vai ficar.
- Ai, mãe, olha, não quero conversar agora sobre isso, depois eu te ligo e conversamos, agora tenho que ir para o escritório, e mãe por favor, não fale comigo desse jeito, você sabe que não estou fazendo joguinhos.
- Tá, desculpa Bella, me exaltei. Venha essa noite aqui em casa para conversarmos, está bem. Traga Lian, eu estou com saudades do meu netinho.
- Ta bom, mãe, vou sim, agora me deixe trabalhar.
Alice
Aquele garotinho de imensos olhos verdes não saia da minha cabeça, eu não sabia o por que mas algo nele me atraía, como se eu o conhecesse. Quando eu cheguei a casa de Emmet onde eu estava hospedada junto com Jasper, Rosalie estava na sala sentada no sofá com varias fotos ao redor dela.
- Rose, o que está fazendo?
- Estou fazendo um album. – Ela alisou a imensa barriga de oito meses. – Quero colocar uma foto de cada tio e tia e uma do Noah na mesma idade para vermos as semelhanças, vai ficar muito lindo.
- Nossa Rose, que ideia fantastica! Posso ajudar?
- Claro, sente-se aqui ao meu lado, recolha as fotos e veja as que você mais gosta, essas aqui – ela me mostrou uma pilha – são de sua familia, Esme me mandou essa semana.
- Tá certo. – Fui passando foto por foto, a maioria era de Emmet, quando tinha dois ou três anos, depois encontrei milhares de fotos minhas, na banheira, no colo de mamãe, de papai, era engraçado não lembrar dessa época. Mas foi ai que tive um choque.
- O que foi Ali, você está palida.
- Lian. – Mostrei a foto para Rose, que me olhou com confusão.
- Lian? Quem é Lian? Este na foto é o Edward!
- Não, Lian! Lian é a cara de Edward! – O olhar de confusão de Rose não desapareceu, mas na minha mente as peças se encaixavam com exatidão inexplicada, e não precisava ser muito esperta para saber que se Jacob era o padrinho de Lian, a mãe logo seria uma só pessoa.
15. Decisões
Tanya
Eu já estava sentava naquela sala, que havia sido decorada por algum design de péssimo gosto, há uns quinze minutos, e a cada segundo minha paciência se esgotava mais.
- Sra. Denalli, a senhora já pode entrar. – A recepcionista falou.
Eu me encaminhei para o consultório de meu médico, a porta já estava aberta e não fiz cerimônias, logo que entrei, me sentei.
- Boa tarde Srta. Denalli, como está?
- Estou bem, doutor. – Peguei os envelopes dentro da minha bolsa e entreguei-os a ele. – Aqui estão os exames que me pediu da última vez.
Ele pegou os documentos em minhas mãos e passou a analisado-los, passado alguns minutos ele me olhou com uma cara estranha.
- Sra. Denalli, sei que já conversamos sobre isso, mas quais as pretensões de ter filhos?
- Por que a pergunta doutor?
- Bem, pelo que pude analisar em seus exames você tem o que é popularmente chamado de útero infantil.
- Por isso não estou conseguindo engravidar?
- Exatamente, seu útero não está conseguindo formar ovários para que haja a fecundação.
- Isso não pode estar acontecendo comigo! – Eu não estava acreditando, não comigo, se fosse outra pessoa, mas comigo?
- Srta. Denalli...
- Não doutor, você não está entendendo. Eu vou me casar daqui alguns meses. Sei que Edward vai quer ter mais filhos. Se eu não puder dá-los como iremos fazer?
- Olha Srta. Denalli, sempre tem um jeito, há tratamentos que a Srta. pode tentar e sempre há a possibilidade da adoção.
- O que está sugerindo doutor, que eu crie uma criança que não seja minha? Está louco? Colocar um estranho dentro de casa? – Esse cara só poderia estar fora de si! Nunca que criaria uma criança que não fosse minha, não que eu quisesse muito ter filhos, mas Edward adorava crianças, e isso fortaleceria a nossa relação.
- Não Srta. Denalli, não foi isso...
- Olha doutor, o senhor já me falou tudo o que eu queria. Passar bem. – Me levantei e saí, não queria ter que escutar as lamúrias daquele médicozinho. Irina iria me ajudar a encontrar outro médico e aí sim, eu poderia ter uma família, com Edward, eu e nosso filho.
Bella
Já era cinco horas, e eu estava terminando de arrumar as coisas em meu escritório para ir para casa, minha cabeça não parou nem um minuto sequer naquele dia. Fora todos os compromissos que tive que ir, onde as noivas ficavam histéricas ao ver a aliança que eu carregava em meu dedo, e começavam a tagarelar em como seria o meu casamento, aquilo estava me deixando embaraçada, já na terceira noiva eu desisti e guardei a aliança em minha bolsa, após isso o dia até correu um pouco mais tranqüilo.
- Ah, Bella, ainda está aí? – Ângela falou entrando em minha sala.
- Pois é, estou terminando de organizar algumas coisas para o casamento de Irina. – Ela sentou há minha frente. Dei um longo suspiro fechando os olhos.
- Desabafa! Sei quando precisa por as coisas para fora, você fica com essa cara de perdida e cansada. – Ela falou calma.
Contei a ela tudo, simplesmente tudo que passava na minha cabeça, desde o dia que descobri que estava grávida, que eu tinha esperanças de reencontrar Edward, do James me apoiando esse tempo todo, sendo praticamente o pai de Lian, de seu pedido de casamento, e da minha hesitação em aceitar, parte por achar que não estava preparada e outra por achar que havia visto Edward naquele dia e ter minhas esperanças renovadas. Ângela escutou tudo atentamente, ela não tinha preconceitos e nem frescuras, ela me entendia e eu a entendia.
Quando saímos do escritório, eu bem mais leve, fui direto para casa, Jake havia levado Leah para jantar e eu aproveitei para pegar Lian e ir para casa de minha mãe.
- Oi Dona Renné, agora fala. – Falei entrando no apartamento de minha mãe passando a bolsa com os pertences de Lian para a empregada que estava ao seu lado.
- Não fale assim, Isabella, você sabe que eu não gosto.
- Está bem, mãe.
- Venha, vamos para sala para conversarmos.
Quando entrei na sala fui direto para a janela que dava a vista para o Central Park, adorava aquela vista, era uma das coisas que mais sentia falta na casa de minha mãe, estava com o Lian nos braços e ele estava inquieto brincando com meus cabelos, até fazer gestos para colocá-lo no chão. Me virei para minha mãe que bate no sofá ao lado dela, sinalizando para que eu sentasse.
- Mia – Minha mãe chamou a sua empregada – Por favor, pegue Lian para podermos conversar, sim?
- Claro, senhora.
A moça um pouco mais nova que eu, pegou no colo o meu garotinho e foi para a cozinha.
- Sente-se aqui Bella. – Minha mãe falou e eu a obedeci. – Então, James finalmente lhe pediu em casamento.
- Sim mãe. – Respondi de cabeça baixa olhando para minhas mãos.
- E você?
- Eu o que? – Perguntei olhando para ela.
- Bella, filha, sei que não fui a melhor mãe do mundo, mas eu conheço você. Você não é o tipo de pessoa que fica pensando antes de fazer algo, você vai lá e faz, e depois sempre agüenta as conseqüências. – Ela deu um longo suspiro e olhou nos meu olhos – O que quero te dizer, é que se você amasse James você não estaria hesitando para aceitar esse pedido. Quando o seu pai me pediu em casamento, mesmo sob toda a pressão que eu estava sofrendo, eu não hesitei nenhum segundo para aceitar, eu o amava e muito, e apesar de no final das contas não ter dado certo, eu não me arrependo de nada o que eu fiz.
Eu abracei minha mãe. – Ai mãe, não sei o que eu faço. – Falei já com a voz embargada pelo choro.
- Bella, você sempre soube o que fazer, mas adiou por tempo demais, acho que está na hora de encarar as conseqüências, não é?
Comecei a chorar, deitei no colo da minha mãe como se fosse uma garotinha indefesa, mas era assim que eu estava me sentindo. Indefesa. Era verdade o que minha mãe tinha dito, eu sempre soube o que fazer, e agora mais que nunca eu tinha que terminar o que eu comecei. Apesar de minha mãe gostar de James, ela me ajudou a tomar a decisão do caminho que agora eu seguiria.
Edward
- Dr. Cullen – A voz fina da secretária que estava só com a cabeça pra dentro do consultório falou.
- Oi Denise?
- Tem visita. Posso mandar entrar?
- Pode.
Denise saiu e logo em seguida uma pequena pessoa adentrou a sala.
- Alice! O que devo a honra? – Falei abrindo os braços e indo em direção de minha irmã.
- Oras Edward, te vi ontem, deixe de ser bobo. – Ela me deu um tapa de leve no braço, como se tivesse ofendida, mas era claro em seu tom de voz que estava brincando.
- Eu? bobo? Tem que concordar comigo você vir me ver enquanto as lojas ainda estão abertas, o assunto deve ser grave.
Alice mudou de feições, o que me deixou preocupado.
- Ed, preciso te perguntar uma coisa. – Ela pareceu encabulada.
- Fale logo Alice.
- Tá vou ser direta, porque é mais fácil. Você e Bella tiveram um caso antes de ela ir embora?
Com essa pergunta eu engasguei, comecei a tossir e não conseguia tomar ar para respirar, minha irmã batia em minhas costas para me ajudar, o que só atrapalhava mais. Logo Denise sendo chamada por uma Alice ensandecida do meu lado, trouxe um copo de água que só depois que bebi, consegui recobrar o ar.
- Que tipo de pergunta é essa, Alice? – Falei me sentando.
- Oras, Edward, somos adultos! Só me diga, você dormiu com a Bella?
- Sim, aconteceu, uma vez. Na noite anterior a que ela partiu.
- Bem isso parece explicar muita coisa. – Alice falou como se estivesse falando mais para si mesma do que para mim.
- Explica o que Alice?
- Nada, na verdade explica o fato de ela ter praticamente desaparecido. – Ela parou de falar e ficou ali só pensando. E depois começou - Mesmo você estando com a Tanya você foi lá e dormiu com ela. – Ela falou sentando-se a minha frente. – Você é um idiota, Edward.
- Ai Ali, aconteceu, simplesmente aconteceu. E eu e a Tanya, nem estávamos tão juntos assim. E outra foi só uma noite, depois ela foi embora e nunca mais a vi...- Eu falei abaixando a voz lembrando do dia em que a vi na rua.
- Hum, sei. E mesmo gostando da Bella você vai casar com a Tanya? – Ela perguntou.
- Olha eu não gosto da Bella, e o que você tem a haver com o meu casamento? – Aquele assunto já estava me irritando.
- Edward, você não vê que a Tanya não o ama, nem a você e nem a Vanessa? Que ela uma alpinista social?
- Não fale assim de Tanya, Alice. Nós vamos nos casar e você vai ter que aceitar isso. – Eu falei irritado com ela.
- Tá certo, Edward. – Ela falou se levantando e pegando sua bolsa. – Estou vendo que não dá para conversar com você. – Ela se virou e saiu.
Aquela tarde terminou sem maiores confusões, e quando eu cheguei em casa fui direto para o quarto de Ness. Ela estava cada dia mais parecida com Elizabeth, o que às vezes me assustava, porque Elizabeth tinha um gênio forte, se Ness a puxasse nesse quesito, eu teria grandes problemas. Ness estava lendo um livro sua cama, quando me viu veio correndo para me abraçar.
- Oi pai.
- Oi pequena. Como foi seu dia hoje?
- Foi bom, amanhã posso dormir na casa de Analise? – Ela me perguntou segurando algo em suas mãos, logo percebi a fina corrente que ia até seu pescoço.
- Você ainda usa isso? – Perguntei a ela.
- Claro, foi Bella que me deu.
- Posso ver? – Perguntei, como nunca havia sentido curiosidade em saber o que havia dentro do medalhão? Ela o retirou com cuidado e colocou em minhas mãos. Assim que abri meu coração disparou. Dentro havia uma foto de Bella e Ness, com os narizes colados e sorrido uma para outra e do outro lado estava escrito: “Sempre em meu coração.” Devolvi para Ness.
- Então, posso ir dormir na casa de Analise amanhã? – Com gesto com a cabeça confirmei e lhe dei um beijo na testa, e fui para o meu escritório. Eu precisava pensar.
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